Celebrando o Dia Mundial do Consumidor (15), a ACIARA conversou com clientes e empresários sobre as novas formas de comprar, vender e fidelizar
A relação das empresas com os consumidores mudou significativamente nas últimas décadas. Parte em função da legislação, que assegura direitos e deveres, mas muito, também, devido à evolução no comportamento de consumo das pessoas. “Hoje, os clientes estão mais exigentes, eles sabem estabelecer melhor a relação de custo-benefício de suas compras. Há mais poder de negociação, eles demandam mais empenho por parte da indústria, comércio e serviço, e isso é muito bom”, afirma o presidente da Associação Comercial e Industrial de Araguaína – ACIARA.
No dia 15 de março é celebrado o Dia Internacional do Consumidor. A data foi criada a partir de um famoso discurso do ex-presidente dos EUA, John Kennedy, na mesma data do ano de 1962. Kennedy enfatizou que todo consumidor deve ter direito à Segurança, Informação, Escolha e Ser Ouvido.
Fazendo amigos
Há 30 anos atuando no ramo da construção civil, o empresário Renato Bottura Malízia afirma com tranquilidade que boa parte de suas amizades começou como clientes da loja. “Muitas vezes eles me procuram para buscar orientações, dicas, opiniões, porque construímos uma relação de confiança ao longo dos anos”, conta o empresário.
Renato ressalta que os consumidores e o mercado mudaram muito e é preciso se adequar a tudo isso. “As pessoas estão em busca de soluções e o comércio tem que fornecer isso. E como os consumidores estão mais exigentes, as empresas precisam se profissionalizar mais, ficar atentas às inúmeras concorrências que existem e criar uma relação harmoniosa com o cliente. Mais do que vender, é preciso orientar, informar”.
Mais que vendas
No Brasil, o Código de Defesa do Consumidor foi instituído em 1990, mas a luta por esses direitos data ainda de 1976, em São Paulo, com a criação do Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor.
Todavia, a globalização, os recursos digitais, a ampliação vertiginosa da concorrência e a própria mudança da postura de consumo exigem que as empresas entreguem mais do que produtos, preço, promoções ou condições de pagamento.
“As pessoas estão em busca de valores. Elas querem saber qual é a conduta daquela empresa na sociedade, as responsabilidades ambientais e sociais, o respeito às relações de trabalho. Isto define uma compra hoje”, pondera a vice-presidente da ACIARA, Hélida Dantas.
Par ideal
“O preço bom e um atendimento de qualidade são o casamento perfeito”. Essa é a definição dada pela coordenadora regional do SENAR, e consumidora, Diva Lohaine Bezerra Furtado.
Ela conta que preço e promoção sempre vão chamar atenção. “Porém, quando não fico satisfeita com o atendimento de um determinado estabelecimento, o quesito valor deixa de me atrair”, taxa. E ela vai um pouco mais longe. Na hora da compra, não importa se o cliente vai levar algo promocional ou com preço normal, o tratamento precisa ser o mesmo.
“O consumidor procura o estabelecimento com a finalidade de adquirir algo e acredito que o vendedor está ali para praticar relações comerciais e não para avaliar se o cliente possui ou não condições financeiras de adquirir os produtos/serviços ofertados”, diz Diva.
A maquiadora Iasmyn Rego pensa da mesma forma. “Já entrei em lojas que nunca mais tive vontade de voltar por causa do mal atendimento, mesmo que o preço fosse bom”, revela. Por isso Iasmyn acredita que as empresas devem investir mais no relacionamento com o cliente.
“Todo mundo gosta de ser bem tratado. Qualquer pessoa é um potencial cliente, mesmo que entre na loja e não compre naquele momento. Mas ele pode voltar. O preço é importante, mas o acolhimento de qualidade dentro da loja é o diferencial”.
Da família
Leonan de Almeida Linhares, proprietário de uma loja de departamentos na Avenida Cônego João Lima, principal via comercial de Araguaína, é da opinião de que, dentro ou fora da loja, o cliente merece lugar de destaque, já que que ele é a peça principal para a existência de qualquer empresa.
“O cliente é visto por mim e pela nossa equipe como um membro da família, aquela pessoa que, quando ficamos um tempo sem nos ver, a gente sente saudades, dada a relação de parceria, convivência e confiança que estabelecemos”, diz o empresário.